a primeira palavra
na primeira letra
arranhada
insisiva no tronco
decalcada
e o destino da árvore
em escalada.
de cada sílaba
acumulada
a memória labiríntica
desconexada
e a folha seca
que foi jovem apaixonada
sente-se agora finada.
foi verde despontada
cresceu forte
e o tempo passou
inscrito
debaixo de alvoradas
sem dar por nada.
deixa a memória
rente ao chão
para que da sua história
seja o carbono
sua última paixão.
desenhada palavra
voada
em círculo veriginoso
rasgada
no imaginário
da coisa amada
dum céu como morada.
fica de pé a árvore
em novas folhas
renovada
até ao fim
numa morte provocada.
(um arco-íris desponta nos teus olhos
a anunciar o fim da trovoada.)
No ciclo de vida da árvore também há a colheita dos frutos. Nesse ato de consumação, «um arco-íris desponta nos teus olhos».
ResponderEliminarAbraço amigo.
Juvenal Nunes