"Olá, como vai isso, amigo?
O que tens feito?
Há tanto tempo que não te via.
Lembras-te de mim?"
Alguém chama dum carro
quase parado
entre a estrada e o passeio
apertado.
Olho e não reconheço
nem rosto nem a voz
do aventurado cigano.
E, só porque não sei quem é
deixo o ruído instalado.
Poderia ser alguém
que ao chamar
viesse por bem
que após um longo período
quisesse falar comigo.
Ou talvez um amigo
antigo
dar-me simplesmente um abraço.
Mas não
não o conhecia de parte alguma.
Era um vendedor da banha
numa técnica abordada
a impingir óculos e relógios
para uma 'meritória' campanha.
Entro na 'conversa' e lá vou
dizendo
que " bons tempos foram aqueles
e tantos anos tinham passado...
O que tens feito?"
Não se 'descoseu' o descarado
e lá foi alimentando a conversa
nas 'deixas' que lhe aviava.
"Agora ando aqui num peditório
para as crianças do Afeganistão."
(que coisa estranha...!)
então, acabei a conversa
dizendo-lhe:
- Olha!... Não!
- Hoje não te vou comprar nada.
- Mas amigos na mesma.
- Também ando a pedir e é para outro irmão.
- Até outro dia, então!
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